Melhorando cada ponta de um hospital

Melhorando cada ponta de um hospital

Pensar um espaço de saúde adequado, como um hospital, que siga todas as normas regulatórias e seja um ambiente agradável para quem o frequenta, mesmo em momentos de doença, é um desafio para arquitetos, engenheiros e gestores de saúde.

Quando a tarefa envolve a transformação de uma estrutura já existente, a complexidade aumenta. Isso ocorre não só no campo da estrutura física, mas também no que se refere à gestão, às rotinas de trabalho e à organização dentro do hospital.

Normalmente, uma unidade de saúde é envolta em uma cultura própria que se cria no local e mudar isto pode ser tarefa complicada, mas não impossível.

No âmbito da estrutura física, uma das coisas que devem ser melhoradas cada vez mais em todos os ambientes de um hospital é a acessibilidade.

Não só por conta da lei ou para receber deficientes físicos, mas pelo fato do espaço conviver cotidianamente com pessoas em situações vulneráveis, demandando o uso de cadeira de rodas, de elevadores, muitas vezes com a visão comprometida, precisando de guias ou relevos indicativos. Além disso, a biometria é uma tecnologia que pode ser instaurada nos hospitais.

Neste aspecto, todo o espaço é pouco, portas largas além da conta, pisos planos, substituindo qualquer degrau por rampas, sempre indicando os desníveis por meio do piso tátil.

Esta transição pode ser difícil em hospitais mais antigos, pensados sob uma outra ótica e em uma época menos funcional, mas nas mãos de um bom engenheiro e de um bom arquiteto, as intervenções são feitas e o espaço fica funcional. Na entrada, um TAG ativo pode ser uma opção.

O que é preciso em um hospital

Outra característica do ponto de vista estrutural que é importante em um hospital é o conforto, sobretudo diante da realidade de esperas mais longas, que os pacientes de praticamente todas as unidades, públicas ou privadas, precisam enfrentar.

Poltronas com assentos confortáveis e espaçosos, de preferência com uma distância mínima entre uma e outra e sempre impermeáveis, são uma boa estratégia.

Normas regulatórias determinam que sejam feitos em materiais plásticos, para facilitar a assepsia e evitar o acúmulo excessivo de bactérias, o que seria uma missão difícil se fosse um estofado, por exemplo. Além das cadeiras, um aparelho televisor – no mudo e com a audiodescrição ativada – também pode ser um bom aliado na espera de um hospital, além de um alarme. 

Agora no plano estético, é de consenso entre os estudiosos da área que as cores de um ambiente de saúde devem ser claras, permeando tons leves de verde e azul, sempre transitando entre cores frias e quase brancas. As cores quentes e fechadas dão ao ambiente uma atmosfera mais pesada do que o ambiente já é. Portanto, de forma unânime, paredes com cores escuras ou muito escandalosas devem ser evitadas.

Falando em melhoras no campo da gestão, é imprescindível visarmos a organização. Para isto, devemos nos atentar a procedimentos básicos que devem ser feitos para que o paciente se sinta respeitado e, ao mesmo tempo, não corra risco de ser vítima de algum equívoco por conta de uma desorganização. Entre os itens podemos citar:

  • Identificação do paciente com uma pulseira de hospital logo após sua chegada;
  • Triagem imediata no posto de enfermagem;
  • Sala de medicação equipada com boxes identificados;
  • Consultórios dos médicos plantonistas devem ter ligação fácil com a sala de medicação.

Equipe de um hospital

Além destes itens objetivos, o melhoramento de uma unidade de saúde também passa pela capacitação de sua equipe. O uso de uniforme, como bota pvc branca, é comum por funcionários do hospital. Uma enfermeira ou enfermeiro sorridente, que trate o paciente com respeito, um atendente de balcão bem informado, que não fique perdido com relação a planos de saúde ou procedimentos burocráticos, um médico ou médica que estejam dispostos a ouvir o que o paciente tem a dizer.

É algo primordial que cada funcionário tenha clareza sobre sua função e, mais que isso, esteja convicto de que, independente da tarefa que desempenha, está ali para resolver os problemas dos pacientes que chegam, seja por meio da limpeza, do alimento, da segurança ou até mesmo do atendimento ao telefone. As botas podem ser partes do uniforme.

A humanização de um hospital é o principal fator de melhora e deve ser feito independente da estrutura física estar moderna ou não, adaptada ou não às necessidades.