Spread bancário: entenda os juros pagos e cobrados pelos bancos

Spread bancário: entenda os juros pagos e cobrados pelos bancos

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Saiba como o spread bancário afeta a vida econômica dos brasileiros:

Você já ouviu falar em spread bancário? É bem possível que sim, mas você sabe o que significa? Aqui vamos mostrar a importância desse termo para a adoção de boas taxas bancárias

 

Sendo uma taxa fundamental para a lucratividade das instituições financeiras, o spread bancário é composto por diversos fatores que podem influenciar a vida dos brasileiros, definindo taxas de juros e as condições de crédito no país. 

O que é spread bancário? 

O spread bancário é a diferença entre os juros que os bancos pagam quando um cliente investe dinheiro. 

 

Quando um usuário faz uma aplicação na poupança ou em um CDB (certificado de depósito bancário), o banco cobra uma taxa de juros que é paga ao investidor, de acordo com o período em que o dinheiro estiver aplicado. 

 

Dessa maneira, o spread bancário é a diferença entre a taxa de juros paga pelo banco em investimentos e a taxa de juros cobradas pelos bancos em empréstimos. 

 

Num exemplo simples, se você investe em um CDB que rende 10% ao ano e o banco cobra 30% ao ano de juros no empréstimo pessoal, o spread bancário é de 20%. Basicamente, o spread bancário é a remuneração do banco, representando o lucro das instituições financeiras. 

Como o spread bancário é calculado? 

Os bancos brasileiros calculam o spread bancário considerando cinco fatores. Confira quais são eles abaixo:

Lucro 

As instituições financeiras privadas visam o lucro. Por isso, os bancos consideram a margem de lucro esperada em qualquer operação a ser realizada pela instituição. 

Inadimplência 

O Brasil é um país que se caracteriza por bater recordes de inadimplências nos últimos anos. E a inadimplência é um dos fatores usados no cálculo do spread bancário. 

 

Por isso, as instituições financeiras sempre acrescentam um percentual de “margem de segurança”, para cobrir os seus custos operacionais, caso o cliente não honre com os seus pagamentos. 

Impostos diretos 

Os impostos também influenciam no spread bancário. Dentre os impostos que são acrescentados no cálculo podemos citar o Imposto de Renda (IR), o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). 

Encargos e compulsórios 

O Banco Central, órgão que regula a economia brasileira, utiliza os depósitos compulsórios para controlar o dinheiro que circula no país. Dessa maneira, os bancos precisam fazer os depósitos referente aos valores captados em aplicações de poupança ou depósitos à vista ou a prazo. 

 

Além disso, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), instituição que cria uma espécie de seguro para proteger consumidores em caso de falência do banco, cobra O,0125% dos depósitos totais das instituições financeiras que são filiadas à instituição. 

Custos administrativos 

Os bancos também incluem no spread bancário os custos administrativos como gastos com agências, salários dos funcionários, caixas eletrônicos e outras despesas das instituições. 

Por que este método bancário é tão alto no Brasil? Como o spread bancário afeta a vida dos brasileiros?  

O Brasil tem um dos maiores percentuais de spread bancário do mundo. Segundo os bancos e especialistas, o cenário macroeconômico do país é um dos responsáveis pelo alto spread bancário. 

 

Isso acontece muito por conta da alta taxa de inadimplência no Brasil. Aliado a isso, a concentração do mercado financeiro que conta com poucas instituições financeiras também contribui. A alta carga tributária e a variação de juros e da inflação também influenciam no spread bancário.

 

E isso afeta principalmente os consumidores brasileiros que buscam obter crédito no mercado. O valor de operações como empréstimos e financiamentos são bastante elevados para garantir a lucratividade dos bancos, suprindo os gastos operacionais, com impostos e a inadimplência dos consumidores. 

 

Como observamos, entender como funciona o spread bancário é importantíssimo para ter uma noção mais precisa dos juros aplicados pelos bancos no Brasil. É fundamental que os brasileiros consigam acompanhar o cenário bancário brasileiro.