Morar com os pais é vantajoso para economizar dinheiro? Entenda

Morar com os pais é vantajoso para economizar dinheiro? Entenda

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Com o aumento do custo de vida nos últimos dois anos, sustentar uma casa e economizar dinheiro tem se tornado cada vez mais difícil. Para quem mora ou quer morar na cidade grande, então, a tarefa ficou ainda mais complicada. Dessa forma, é comum ver muitas pessoas que ainda moram com os pais mesmo após os 30 anos.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, cerca de 11,7 milhões de pessoas viviam sozinhas no país, o que corresponde a 16,2% dos lares brasileiros. Embora o número seja o maior desde 2016, cerca de um em cada quatro brasileiros ainda moram com os pais.

A decisão de não deixar o lar tem a ver com muitos fatores, como o já citado custo de vida, bem como a comodidade. Além disso, morar com os pais realmente pode trazer uma excelente economia e permitir que a pessoa consiga até investir mais dinheiro. Saiba agora quais são as vantagens e desvantagens dessa decisão.

De volta ao lar

Em tempos de alto desemprego e incerteza, voltar para a casa dos pais geralmente é a primeira alternativa para os jovens. Nesse sentido, o retorno ao lar oferece um amparo emocional, o fim da solidão e até a necessidade de não cozinhar todos os dias.

Entretanto, não são apenas os desempregados que escolhem voltar para seus quartos de infância. Há quem já tenha uma profissão e um bom salário estabelecidos, mas ainda assim escolhe ficar com os pais. Por exemplo, uma pessoa que ainda não decidiu se quer casar e construir uma família costuma ficar com os pais enquanto não se decide.

Para quem tem ganhos elevados, morar com os pais pode ajudar a reduzir as despesas mensais com moradia, alimentação e outros custos. Logo, sobra mais dinheiro para investir e construir um patrimônio grande o suficiente para auxiliar a pessoa quando ela eventualmente decidir morar sozinha.

No entanto, de nada adianta ganhar bem e morar com os pais se a pessoa vive como se ainda fosse um adolescente. Ou seja, gasta seu dinheiro com coisas supérfluas, vive de festas, fica no limite do salário e não economiza nem investe. Se for esse caso, o plano de economizar vai por água abaixo.

Pouco poupadores

Imagine um jovem que ganha R$ 5.000 por mês, mas que decidiu ficar na casa dos pais para economizar dinheiro. Após tirar seus gastos e a ajuda nas despesas da casa, ainda sobra R$ 1.500 para essa pessoa investir todo mês.

Se esse dinheiro for investido todos os meses em uma aplicação que renda, por exemplo, 6% ao ano, essa pessoa pode acumular um patrimônio de R$ 200 mil em apenas sete anos. Trata-se de um excelente pé de meia que pode ajudar muito na hora que a pessoa finalmente resolver montar seu próprio lar.

O problema é que segundo pesquisas, apenas 28% dos brasileiros entre 18 e 35 anos guardam dinheiro. Por isso, morar com os pais vale a pena do ponto de vista financeiro, desde que haja disciplina e controle nos gastos.

Como investir morando com os pais

A primeira coisa que uma pessoa deve montar enquanto está na casa dos pais é a reserva de emergência. Esse investimento serve como um escudo, um pequeno seguro contra imprevistos (acidente, perda de emprego, entre outros). 

O ideal é que a pessoa tenha uma reserva no valor entre três e seis meses dos seus gastos mensais. Portanto, se os gastos mensais somam R$ 3.000, a reserva de emergência ideal deve ficar entre R$ 9.000 e R$ 18.000.

Com essa reserva, a pessoa ganhará mais confiança e segurança contra imprevistos e terá um dinheiro separado. Logo, ficará mais fácil tomar a decisão de finalmente sair da casa dos pais.

Após a reserva de emergência, é hora de pensar em investimentos que servirão para construir patrimônio e gerar renda passiva ao longo do tempo. Nesse grupo estão aplicações de renda fixa mais arrojadas, bem como ações, fundos imobiliários e outros investimentos.

É plenamente possível — e até fácil — construir esse patrimônio morando com os pais, o que é uma excelente vantagem. Mas antes de ver a casa dos pais como um comodismo, é preciso vê-la como uma oportunidade e um trampolim para se preparar e alçar voos maiores.